Descrição
Texto 3:
Geração, coleta seletiva e disposição final de resíduos sólidos urbanos
De acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), estima-se que o brasileiro tenha gerado uma média de 1,04 kg de resíduos sólidos urbanos (RSU) por dia em 2022. Aplicando esse valor à população brasileira divulgada pelo Censo Demográfico 2022, estima-se que aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de RSU foram geradas no país em 2022 (ABREMA, 2024).
O Brasil ainda está em fase inicial de implementação da coleta seletiva porta a porta nos sistemas de gestão municipal de resíduos sólidos. Quando observada a média da população urbana atendida, por município, a coleta seletiva porta a porta alcança apenas 14,7% dos habitantes, em que 85,3% dos habitantes, não possui coleta seletiva. Os municípios da região Sul apresentam a maior média de cobertura, atendendo a 31,9% da população urbana. A região Nordeste apresenta a menor abrangência média municipal de coleta seletiva porta a porta, atendendo somente 1,9% da população urbana (ABREMA, 2024).
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) determina que, após a submissão dos RSU aos tratamentos e destinações disponíveis, os resíduos restantes, ou rejeitos, devam ser enviados para uma disposição final ambientalmente adequada. No Brasil, estima-se que 61% dos RSU coletados em 2022 foram encaminhados para aterros sanitários, correspondendo a 43,8 milhões de toneladas de resíduos. Áreas de disposição inadequada (lixões, aterros controlados, valas, vazadouros e áreas similares) receberam cerca de 39% do total de resíduos coletados em 2022 no Brasil e estão presentes em todas as regiões do
país (ABREMA, 2024).
Neste contexto, para o adequado gerenciamento de resíduos sólidos, o conhecimento da composição dos resíduos sólidos permite o adequado planejamento do setor por meio de estratégias, políticas públicas e processos específicos que assegurem a destinação ambientalmente adequada preconizada pela PNRS, levando-se em consideração as melhores alternativas disponíveis e aplicáveis, de acordo com os tipos e quantidades de resíduos existentes. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), a fração orgânica de resíduos sólidos urbano (FORSU), contempla sobras e perdas de alimentos, resíduos verdes e madeiras, e permanece como a principal componente dos RSU, com 45,3%, sendo que cerca de 170 kg de matéria orgânica é descartada por pessoa a cada ano (ABRELPE, 2021).
Portanto, se tratando dos RSU orgânicos, na maioria dos municípios brasileiros, para estes resíduos, não existe coleta seletiva, sendo dispostos em aterros sanitários ou formas de disposição final ambientalmente inadequadas. No entanto, estes resíduos, são passíveis de aproveitamento ou tratamento como, por exemplo, a sua destinação final ambientalmente adequada com tratamentos biológicos, visando a geração de biofertilizantes ou de energía renovável (biogás), por meio da compostagem ou digestão anaeróbia, respectivamente.
Fonte: https://www.abrema.org.br/panorama/. Acesso em: 13 set. 2024.
Agora, é com você! MÃO NA MASSA!
Considerando o cenário dos textos apresentados, imagine que você, Gestor Ambiental, foi contratado para
elaborar um p rojeto de coleta seletiva e tratamento para a fração orgânica de resíduos sólidos urbanos (FORSU) em um município de 30 mil habitantes. Esse projeto será parte integrante do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), e será enviado à câmara de vereadores para ser debatida em plenário a viabilidade de implantação no município. Para a elaboração deste projeto, o município já repassou algumas informações para facilitá-la:
Informações para a elaboração do projeto de coleta seletiva e tratamento da fração orgânica de RSU (FORSU):
- População: 30 mil habitantes.
- Quantidade de resíduos sólidos orgânicos descartada por dia: 0,47 kg/habitante/dia e 14,10 kg/habitante/mês.
- Disposição final de resíduos sólidos orgânicos atual: aterro sanitário.
Adicionalmente, você consultou diversos outros projetos semelhantes e entrou em contato com algumas prefeituras de municípios que são modelo no gerenciamento de residuos sólidos, como no caso do município de Florianópolis/SC, o qual tem o projeto de coleta seletiva de resíduos orgânicos que ficou conhecido por “Revolução dos baldinhos” e “Minhoca na cabeça”, disponível em:
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