Polícia Militar coleciona histórias positivas com policiamento comunitário na Cidade do Povo Em um dia comum, quem transita pelo Complexo Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, vai, eventualmente, encontrar pequenos grupos de policiais militares conversando com moradores, visitando comércios, escolas e órgãos públicos. Não precisa ser um observador muito atento para perceber que são vistos pelos locais como parte da comunidade. Mas nem sempre foi assim.

agosto 23, 2024 0 Por Luís Fernando

Polícia Militar coleciona histórias positivas com policiamento comunitário na Cidade do Povo

Em um dia comum, quem transita pelo Complexo Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, vai, eventualmente, encontrar pequenos grupos de policiais militares conversando com moradores, visitando comércios, escolas e órgãos públicos. Não precisa ser um observador muito atento para perceber que são vistos pelos locais como parte da comunidade. Mas nem sempre foi assim.

O bairro, que sofria com altos índices de criminalidade e disputas territoriais por organizações criminosas, em meados de 2023 passou a ser atendido pelo Programa de Polícia Comunitária e Direitos Humanos (PPCDH) da Polícia Militar do Acre (PMAC) e agora coleciona muitas histórias positivas.

A moradora Priscila Gomes, de 37 anos, faz parte de uma dessas histórias. Em uma casa humilde, onde vive com o esposo e seis filhos, trava uma batalha silenciosa contra um câncer, que a deixou debilitada e com dificuldades para conseguir até mesmo itens básicos para sobreviver. Foi quando entraram em cena os militares do policiamento comunitário.

As equipes, cientes da situação da moradora, mobilizaram outros órgãos e entidades, entre eles a Defensoria Pública, o Ministério Público, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), o Conselho Tutelar e a unidade de saúde, além do presidente do bairro. Toda a rede se reuniu e conseguiu a ajuda que a família precisava: benefícios sociais, aposentadoria por problemas de saúde e donativos de alimentos e roupas.

“Quando [os policiais militares] chegaram até mim, o meu diagnóstico era de que não tinha mais jeito. Mas sempre acreditei que a última palavra vem de Deus, e Ele me deu apoio através da polícia, para me alimentar, dar de comer às minhas filhas, até mesmo pra resolver minha aposentadoria. Agradeço muito. Minhas filhas tinham medo da polícia, mas agora acreditam que estão aqui para proteger. Eu creio que isso tudo é um processo. Deserto não é lugar de morada, e se um dia precisei dessa ajuda, foi porque o Mestre permitiu, mas também colocou anjos para me ajudar”, relata Priscila, emocionada.

O capitão Marcelo Araújo, coordenador do programa, diz que este é apenas um caso de muitos que vivencia todos os dias durante o trabalho. “No caso da dona Priscila, nós tivemos conhecimento por meio da própria comunidade. Ela estava desassistida, e nós nos mobilizamos e ajudamos. A gente continua acompanhando, e temos ajudado sempre que possível. Essa é a essência do policiamento comunitário: a gente fazer parte da comunidade e se envolve nas questões dela”, pontuou.

As ações do programa fazem parte do planejamento estratégico da Polícia Militar, com incentivos do governo do Estado, por meio de suas secretarias, que conferem apoio logístico com a aquisição de equipamentos, projetos e a elaboração de uma série de medidas estratégicas preventivas para a região.