
Alex não é esquizofrênico. Ele não trata a representação como a própria coisa. Acontece algo diferente da equação simbólica: a coisa é que é tratada como símbolo, como representação. Não é que ele não consiga usar a massinha para brincar; não é que ele não simbolize. Tanto simboliza que identifica perfeitamente os símbolos de uma civilização em declínio. É que ele não acredita mais na capacidade da massinha representar a mãe, em sua ausência. A capacidade de simbolização é frágil: se quiser expressar o seu ódio, é obrigado a atacar a mãe em carne e osso. É como se uma criança, não confiando na capacidade do ursinho de representar a mãe em sua ausência, precisasse de um pedaço de seu corpo de verdade. Como já disse um filósofo, o conceito de cão não late. Hoje, para o conceito de cão ter força e ser significativo, deve, de alguma forma, latir.
setembro 27, 2024Alex não é esquizofrênico. Ele não trata a representação como a própria coisa. Acontece algo diferente da equação simbólica: a coisa é que é tratada como símbolo, como representação. Não é que ele não consiga usar a massinha para brincar; não é que ele não simbolize. Tanto simboliza que identifica perfeitamente os símbolos de uma civilização em declínio. É que ele não acredita mais na capacidade da massinha representar a mãe, em sua ausência. A capacidade de simbolização é frágil: se quiser expressar o seu ódio, é obrigado a atacar a mãe em carne e osso. É como se uma criança, não confiando na capacidade do ursinho de representar a mãe em sua ausência, precisasse de um pedaço de seu corpo de verdade. Como já disse um filósofo, o conceito de cão não late. Hoje, para o conceito de cão ter força e ser significativo, deve, de alguma forma, latir.