O caso da Varig (Viação Aérea Rio-Grandense) é um exemplo de empresa que chegou ao sucesso em algum momento, mas, não sustentou e fracassou. Em primeiro lugar, deve-se salientar o descompasso entre as estratégias adotadas ainda no início dos anos 1990 e o ambiente político-econômico vigente no país. Apesar de ter patrocinado uma primeira onda de liberalização do setor aéreo, com a extinção da exclusividade da Varig na designação das rotas internacionais, a Varig continuou servindo de transportadora oficial do presidente brasileiro, Fernando Collor, em seus deslocamentos, dentro do espírito de “empresa a serviço do país” que marcara as fases anteriores. Por outro lado, continuou lançando-se a projetos ambiciosos, como a rota para Hong Kong, pautada em uma visão de “Varig Grande”, apesar do ambiente de crise e grande incerteza na economia.

novembro 7, 2024 0 Por Luís Fernando

Etapa 1: Leitura do texto

O caso da Varig (Viação Aérea Rio-Grandense) é um exemplo de empresa que chegou ao sucesso em algum momento, mas, não sustentou e fracassou. Em primeiro lugar, deve-se salientar o descompasso entre as estratégias adotadas ainda no início dos anos 1990 e o ambiente político-econômico vigente no país. Apesar de ter patrocinado uma primeira onda de liberalização do setor aéreo, com a extinção da exclusividade da Varig na designação das rotas internacionais, a Varig continuou servindo de transportadora oficial do presidente brasileiro, Fernando Collor, em seus deslocamentos, dentro do espírito de “empresa a serviço do país” que marcara as fases anteriores. Por outro lado, continuou lançando-se a projetos ambiciosos, como a rota para Hong Kong, pautada em uma visão de “Varig Grande”, apesar do ambiente de crise e grande incerteza na economia. Superado este descompasso, a empresa passou a investir na imagem de uma empresa comprometida com a “competitividade global”. O que a trajetória subsequente da companhia aérea mostra é que, a despeito das mudanças, a estratégia não foi bem-sucedida. A lógica do lean and mean não necessariamente cumpriu a promessa de maior competitividade e de sobrevivência no mercado. Os analistas e comentaristas econômicos que acompanharam a progressiva deterioração da situação financeira da Varig insistiram que a empresa continuou “pesada”, com custos elevados em relação às congêneres. Falou-se muito, também, de uma suposta capacidade de interferência que os funcionários teriam na gestão da empresa, por conta do modelo de fundação. Em resumo, A Varig entrou em processo de recuperação judicial e, em 2006, decretou falência.